quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

É enquanto viver que se sente e aprende que o futuro é agora. Sem clichê.
A folga esperada são os minutos dormidos no sofá enquanto a chuva cai lá fora.
O futuro brilhante é uma parede e o hoje é  um grande tijolo dela. Faça-a com minúcia, para resistir aos ventos que soprarão propositalmente para que caia.
Cerque todos os meios que pode, suge-os a seu favor. Conhecimento nunca é demais negativamente. Ou você já viu alguém perder uma oportunidade porque sabia das respostas certas?

É só a forma de caminhar agora que tem que ser macia, o amanhã vai se amaciando por si só...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Desvio de rota

Eu fui buscar o que me convinha, mas percebi que não estava só.

Ao meu redor formou-se um aglomerado, sempre e sempre um pouco melhor. Do que eu.

Eu fui buscar a minha diferença, e a diferença que encontrei foi que eu era diferente, e então excluída.
A diferença que faltava para o sim tornou-se a diferença que levou-me ao não.

E no retrocesso que se inicia não sei mais quem sou, só sei o que quero. Só sei quem eu sou, não sei o que quero.



Então me leve ali pra tomar um punhado de ânimo, porque não sei mais se conseguirei ir só.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Saudade.


Saudade.
Saudade é bom porque relembra, retoma aquilo que lembramos que tínhamos esquecido.
Saudade dói. Na medida que lembra, marca, retoma o que queremos que se apague pra amenizar ou diminuir a dor.
Eu sinto saudades, e sei que sentirei até onde der. Sentirei até que se apaguem as marcas e que fiquem as lembranças. Que memorável seja.
Hoje eu tenho medo de amanhã não ter mais colo paternal, tenho medo de não ter um amor correspondido, de não ter horizontes - ou de tê-los limitado - de deixar de acreditar..
[O tempo chega pra todos, mas nem todos chegam com o tempo.]
Hoje eu tenho medo de amanhã ter de sentir saudades, de ter de recuperar o que perdi, por hoje não saber plantar o que quero colher.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Minúcia

Na caixa de memórias, são as dela as mais bem guardadas. Eu poderia empilhá-las em um cofre, mas elas escapariam por entre minhas lembranças.
Suavemente com um movimento rápido, abria as páginas dos livros afim de explorá-los. Foi ali que me apaixonei, logo eu que sempre tive um, digamos, cuidado um tanto quanto doentio com o cuidado tomado com os livros, me embasbaquei diante de tamanha ternura que envolvia aquelas mãos de toques suaves e ágeis. Tinha a essência indispensável, que até então eu não sabia existir, para ser um amante verdadeiro das palavras escritas; tinha ganância em ler, que o resto do corpo, imóvel, omitia, mas os olhos ávidos e as mãos medianas com seu jeito de manuseá-lo, evidenciavam o óbvio.

Era indiscutível a maneira beleza como prendia os cabelos, com alguns fios delicadamente colocados atrás das orelhas, para não cair sobre a pele levemente parda de seu rosto e como, incrivelmente, esses fios soubessem de sua intenção e obedeciam-na como se fosse um pecado atrapalhar tamanha dedicação à leitura.

Como se todos fossem merecedores de seu sorriso límpido e radiante, postava-se de maneira única diante de todos, única em um sentido de não fazer diferença entre os seus semelhantes, diante de um pensamento tão mais evoluído que os tais semelhantes não poderiam compreender nem se quisessem.

Eu não me apaixonei só pela sua beleza óbvia física, do sorriso radiante e caridoso, pois lançado assim a todos, é uma caridade enorme. Não, não me apaixonei só pelo contorno perfeito de seu corpo, que formam somente o seu, que são proporcionais à sua medida maneira beleza.
Mas ao riso honesto, ao olhar ávido, as mãos e dedos talentosos por serem suaves e ágeis, aos poros de cada parte de sua pele macia,impregnada do perfume que nos faz fechar os olhos, como se isso os eternizasse em nossas narinas.
A delicadeza das palavras proferidas, por serem sinceras, quando muitos a veriam como pesadas, quando o caso requer uma maior importância, uma mudança de tom.

E a paixão me tomou porque  logo atrás dela vinha o amor, que só ansiava por seus delicados momentos dedicados a nós.

Mas isso é para um outro deleite textual.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Sinônimo de felicidade é..

Quando a gente ri demasiadamente e ri tanto que no auge da risada não sabe mais porque de tanta risada. De rir e rir se sente num pico de coisas engraçadas que tudo se torna luz, tudo se torna alegria.
O poder de se sentir bem é de cada um, mas como o fazer é tão mutuo como contar uma piada e conseguir fazer os outros rirem de sua graça. É ter sensibilidade.
Para mim felicidade são coisas simples e raras, como olhar para o céu e perceber que tem uma nuvem enorme vindo na nossa direção e que fatalmente com ela virá a chuva. Mas quem reclamaria se junto com a chuva venham sorrisos inesperados e caras de espanto.. e correr pra dentro fugindo da água ser tão divertido.
Pra mim sinônimo de felicidade é estado de espírito, é contentamento, estar de bem com você e com as pessoas que vos rodeiam é amar.
E pra você, sinônimo de quê é felicidade??

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O amor

Eu tenho vergonha de me sentir oprimido
diante de tanto e nada. Eu me nego
humano na raça se essa for a
essência que nos nomeie,
eu prefiro mil vezes
a ter de amar por
felicidade a ter de odiar por carência.

Deixa eu assistir televisão

Que capacidade. Desde que nascemos somos impostos a ver o que não queremos, ouvir o que não nos convém e somos obrigados a nos acostumar com o que não suportamos.
Para muitos válvula de escape, para a maioria natural, para mim irritação.
Através da tevê vivemos emoções, encontramos o mundo, conhecemos lugares que jamais encontramos no mapa, na solidez. É estranho á mesma medida que bizarro.
Mas precisamos disso, dado que vivemos por nossa vida, por uma solução de algo que nem sabemos que existe. E faz falta a novela das oito, o grande irmão depois do seriado e aquele filme que eu mesmo nem sabia que queria ver. Ainda mais pelo fato de que o jornal da noite me trará a informação do dia inteiro que passei a trabalhar distante das novidades, mas tem de ser aquele jornal televisivo daquela única emissora, porque ele é o melhor, é o que me trás as informações de um jeito que eu consigo entender.
Eu tenho uma mente limitada e formada pelo o que eles querem e nem sei, eu deixei de ler revistas de fofoca porque na tevê já tem isso, já me falam o que eu preciso saber sobre a gravidez daquela atriz e a separação daquele jogador.
Eu tenho que saber qual será o episodio repetido daquela novela, porque mesmo eu sabendo que a mocinha mata a vilã no final as estórias mudam e os nomes também, eu me identifico com ela, eu também tenho dois filhos e um cachorro. O nome do meu papagaio é o mesmo da protagonista!
Meus filhos foram criados nisso e meus netos já sabem que a cegonha não vem, porque eles nasceram de uma cena incentivada na novela ou no cinema.
Não quero acreditar que tudo isso me fez ser o que sou hoje, e que minha sociedade é inserida numa verdade que não é nossa, mas hoje me faz um favor? Me deixa assistir minha televisão?