quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Deixa eu assistir televisão

Que capacidade. Desde que nascemos somos impostos a ver o que não queremos, ouvir o que não nos convém e somos obrigados a nos acostumar com o que não suportamos.
Para muitos válvula de escape, para a maioria natural, para mim irritação.
Através da tevê vivemos emoções, encontramos o mundo, conhecemos lugares que jamais encontramos no mapa, na solidez. É estranho á mesma medida que bizarro.
Mas precisamos disso, dado que vivemos por nossa vida, por uma solução de algo que nem sabemos que existe. E faz falta a novela das oito, o grande irmão depois do seriado e aquele filme que eu mesmo nem sabia que queria ver. Ainda mais pelo fato de que o jornal da noite me trará a informação do dia inteiro que passei a trabalhar distante das novidades, mas tem de ser aquele jornal televisivo daquela única emissora, porque ele é o melhor, é o que me trás as informações de um jeito que eu consigo entender.
Eu tenho uma mente limitada e formada pelo o que eles querem e nem sei, eu deixei de ler revistas de fofoca porque na tevê já tem isso, já me falam o que eu preciso saber sobre a gravidez daquela atriz e a separação daquele jogador.
Eu tenho que saber qual será o episodio repetido daquela novela, porque mesmo eu sabendo que a mocinha mata a vilã no final as estórias mudam e os nomes também, eu me identifico com ela, eu também tenho dois filhos e um cachorro. O nome do meu papagaio é o mesmo da protagonista!
Meus filhos foram criados nisso e meus netos já sabem que a cegonha não vem, porque eles nasceram de uma cena incentivada na novela ou no cinema.
Não quero acreditar que tudo isso me fez ser o que sou hoje, e que minha sociedade é inserida numa verdade que não é nossa, mas hoje me faz um favor? Me deixa assistir minha televisão?

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